Só depois da pinga...

quarta-feira, junho 27, 2007

Medo, que dá medo do medo que dá.

Quando vi essa foto do meu pequeno, no alto do pula-pula e vi a carinha dele, tive vontade de escrever sobre o medo e sobre a superação dele. É o medo que traz esse sorrisinho como o dele, que mistura euforia e nervoso. Nervoso de medo.
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O rosto sorri e o corpo se inclina pra frente, mas tem uma mãozinha pra trás, se encostando no fundo. Ele superou o medo facilmente. Do jeito que criança faz, sem pensar muito nas consequências, sentou e foi.
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"O medo é uma linha que separa o mundo.
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar."
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Lenine sabe o que fala. Essa letra é enorme e muito legal, fala de muitos tipos de medo, e do medo que dá ter medo. As vezes é difícil separar quando é a hora de arriscar, de dar as caras, ou é hora de se guardar, se proteger.
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Muita gente fala que "quem não arrisca não petisca", que "a vida só se dá pra quem se deu", mas e se der errado? se não for como planejamos? se for ruim? Ou pior, se for ótimo, mas logo acabar? Todo mundo tem essas dúvidas, seja do assunto que for...
Dá vontade de fazer como criança, se jogar. Mesmo tendo medo.

sexta-feira, junho 08, 2007

uma verdade.

"Nada define melhor uma pessoa do que aquilo que ela faz,
quando tem toda a liberdade de escolha"

domingo, junho 03, 2007

Não ir...


Viver de pequenas coisas faz com que a falta delas nos dê um grande vazio. Talvez ninguém entenda, mas ir ao Juca pra mim esse ano era importante. Mesmo com o tanto de empecilhos, ainda é.

Essa foto aí, no Juca do ano passado, minha cara de felicidade dizia “ano que vem é a gente aqui de novo!”, mas um ano é muito tempo pra muita coisa acontecer. Um mês tem sido muito tempo, tempo suficiente pra coisas de última hora surgirem. Pic, meu vô, concorrência, barraca, grana... tudo pra fazer você dizer “deixa pra lá, vai..”. Mas a vontade ainda é grande. Como a Dé disse, até parece que vai ser teimosia se a gente for. Como que faz pra sabermos a diferença entre sinal e prova? A vida é um mistério estranho.

Inspirando-se (não plagiando, que fique claro) na Dé, essa foto vai fazer um ano. Esse dia eu estava alegre, quase rouca, ainda não bêbada, esperando ligação, esperando encontrar na balada, esperando esquecer, querendo fazer tudoaomesmotempo. O Pic estava longe, meu vô estava bem, o trabalho foi amigo de todo mundo, tinha teto, comida e banho quente pra todos garantido, nem gastamos dinheiro quase...

Mesmo não sendo da bateria, não sendo “da galera”, não sendo bixete nem veterana conhecida, meus amigos, os poucos, vão estar lá. Não vou beber com eles, não vou gritar com eles, não vou ouvir e dançar Jorge Ben, não vou fazer xixi transparente naquele banheiro químico fedido. Ninguém vai pegar meu celular da minha mão sonolenta, não vou tirar ninguém capotado do carro, não vou poder fechar a faculdade com a festa mais “passa mal” da comunicação. Que futilidade não seja confundida com querer aproveitar o pouco que sobrou.
Não ir ao Juca em 2007 vai fazer eu passar o feriado de meu humor, apresentar o Pic com meu característico bico. Não ir ao Juca em 2007 vai entrar pro meu caderninho de frustrações universitárias, mas isso aí já é papo pra outro texto, outra foto.

sexta-feira, junho 01, 2007

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Já tem um tempo que eu ando pensando em escrever sobre culpa.
De todo tipo, porque acho que a culpa é um dos poucos sentimentos que vêm de coisas boas e ruins. A gente sente culpa por ter inveja da roupa ou da felicidade alheia, mas a gente também sente culpa por ser ou estar muito feliz.
Ando sentindo diversas culpas, acho que por isso o tema não me sai da cabeça.
Nunca fui dessas pessoas que se remoem de culpa ao longo da vida, apesar de achar que por diversar vezes fui privilegiada. À isso só sou grata.
Hoje sinto culpa por não estar trabalhando, por ser sustentada pelo meu pai. Por comer chocolate. Por ficar muito no computador e ler poucos livros.
Sinto culpa por não ligar (ligar de fato, pegar o telefone e ligar) para minhas amigas com a mesma frequência que penso nelas. Sinto culpa por ter dado tanto trabalho e ter tido uma educação tão cara. E por ter sido demitida.
Por comer, pelos motivos óbvios, e por não comer, pensando nas pessoas que não têm um prato decente em casa todos os dias. Não, eu não sou hipócrita o suficiente para dizer que penso nisso a cada refeição que faço. Eu me culpo por isso também.
A culpa nunca vêm sozinha, ela sempre vêm com algum outro sentimento agregado. É culpa com medo, com remorso, com preguiça, com desejo.
No dia da foto deste post eu estava cheia de dúvidas e culpas e o mundo estava mesmo desses tons aos meus olhos. Hoje minhas culpas são outras, acho que sempre vão mudando, mas essa desse dia era a pior: era a certeza que a culpa era toda minha.