Só depois da pinga...

segunda-feira, maio 14, 2007

Lugares Proibidos

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"Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já
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Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem data
Chega mais cedo amor
Eu finjo que não esperava
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Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já"

sábado, maio 05, 2007

Era uma noite comum, no restaurante japonês de sempre, jantei com amigos, dei risadas, brinquei e comi. Ia até o caixa pagar quando travei.
Era ele, de costas, sentado na mesa ao lado. Não consegui dar mais um passo. Não conseguia respirar. Dois segundos viraram dois dias. Travei. Era o Daniel. Eu não queria vê-lo, e muito mais, eu não queria que ele me visse. Era o Daniel. Era o diretor. Era Deus. E eu ali, parada, a expulsa do paraíso.
Não sei porque eu não queria que ele me visse. Nem sei se ele me reconheceria. Pra ele devo ser mais uma jovem deslumbrada com o mundo da publicidade, que teve nas mãos o emprego dos sonhos de todos que estão se formando e não soube aproveitar. Ele esqueceu quem eu sou na mesma tarde que ele olhou bem nos meus olhos e disse "estamos abrindo sua vaga".
Mas pra mim não, eu não vou esquecê-lo tão fácil, só ele me demitiu. Tudo acabou quando ele oficializou. Emprego dos sonhos. Dos meus sonhos. Será?
Ninguém de lá me conheceu exatamente como eu sou, não consegui me mostrar pra ninguém, não conseguia rir, relaxar, tamanho era o meu medo de parecer que eu não dava valor pra tudo aquilo, tamanha era a responsabilidade que eu mesma coloquei nas minhas costas.
E o pior é que eu acho que hoje, se alguém de lá for lembrar de mim, vai fazer um não com a cabeça e pensar “ela não soube aproveitar a oportunidade, não deu valor”. Justamente aquilo que eu mais fiz, e acabei fazendo até demais. Eu tinha tanta noção que estava num lugar excepcional, no meio de gigantes, que tentei fazer tudo racionalmente certo, e deu errado.
E parada ali, tudo passava pela minha cabeça. Incrivelmente claro, nítido, vivido, mas ainda não livre de uma culpa.
E eu vi, não era ele. E não era lá.

quarta-feira, maio 02, 2007

Um chêro!


Perfume é um negócio engraçado. Não falo de Carolina Herrera, Taty, Kayak simplesmente, falo do cheiro intrínseco das coisas. Mas aquelas coisas que, depois que o presente vira pretérito, ela se transforma em memória e essa sim, parece adquirir mais essa característica.
É incrível como um olfato aguçado juntamente a uma cabeça cheia de lembranças é capaz de trazer à tona cenas, uma respiração apertada, uma saudaaaaaaade. Certa vez disseram “nostalgia é andar pra trás”. Verdade, ótimo puxão pra nos manter walking. Mentira, pois nos desliga momentaneamente das chatices do agora, e nos trazem de volta mais leves, quando não mais animados.
E antes que alguns odores não se percam na minha memória, deixo alguns deles para a virtualidade, que não tem cheiro, mas pode instigar a lembrança de algum:

Pamina: perfuminho da Natura. O diminutivo deve-se à amostra grátis que eu tinha. Atibaia, frio, moletom azul, Bruna, fofinho, meus 13 anos.

Kayak laranja (o feminino): Polly, alguma férias minhas de inverno em Altônia, talvez pessoas novas que eu conheci e demorei pra esquecer em algumas partes – culpa do cheiro.

Sabonete florescente da Palmolivre pra criança: começo de inverno, 2001, Backstreet Boys – eu ia ver, mas não sabia.

Capa de revista: os tempos em que eu comprava Capricho, Atrevida, pôsteres, e me derretia por loirinhos gringos e charmosos.


Os outros agora só sentindo.