Muito, muito tempo atrás eu ouvi essa frase dita não me lembro por quem e, por algum desses motivos que a gente não entende tão facilmente, ela nunca saiu da minha cabeça. Virou um tipo de mantra pessoal.
Quando me questionava porquê precisava prestar vestibular, eu lembrava dela. Quando sentava em frente ao computador e mandava 50 currículos para 50 desconhecidos, era nela que eu pensava. Mas hoje, exatamente hoje, essa afirmação nunca fez tanto sentido para mim. Literalmente.
Dez anos atrás. Esse é o tempo que faz que aconteceu o que mudou tanto e de tantas formas a minha vida. O que fez eu ser o que sou - ou não sou - hoje. Não tem outra palavra para descrever o que fez a não ser: mudou. Já cansei de me questionar se a mudança foi para melhor ou para pior. Ou questionar como tudo teria sido se... Cansei, mas não parei. Não me pergunte porquê.
O que a tempos já havia concluído é que o que eu fiz naquela época, o modo como reagi, meu ponto de vista e minhas atitudes, algumas vezes intuitivas e outras aconselhadas, determinou exatamente o que eu vivo hoje e o que sobrou daquela história. O que eu sou e como me relaciono com o mundo. O quanto me mostro e outro tanto que ninguém nunca vê.
Dez anos, meu Deus, dez anos. Dez anos que não houve um dia sequer que eu não pensei ao menos uma vez nesse assunto. Às vezes durante horas, às vezes poucos minutos, às vezes com raiva, com incompreensão, simplesmente como lembrança e às vezes como sendo a razão de outras coisas.
Esse "aniversário" me fez inverter o sentimento em relação a essa frase. Sempre que pensava nessa frase, concluía em fazer algo para colher os frutos dali um tempo, os tais 10 anos. Hoje acho que é a primeira vez que me peguei pensando o contrário, como quem já está colhendo o que plantou a tempos. E graças a Deus a sensação é boa.
Esse post pode ser um mistério para muita gente, parecer sem sentido ou explicações suficientes. Pra mim mesma ele é uma surpresa. Sentar a essa hora, pra escrever parte do que se passa, é definitivamente uma surpresa pra mim - e que amanhã será para minha terapeuta. Mas tudo bem, não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba quando a lua se põe... E porque às vezes a gente não quer ser compreendida, a gente só quer falar.
1 Comments:
Eu aaacho que sei...
Qdo quiser só falar, aqui estou tb!
beijão! saudades
By Anônimo, at 11:22 PM
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